30.10.05

GUIMARÃES MULHER

Sempre que chego a Guimarães de noite, de carro ou de comboio, é assim: vejo as luzes da cidade, os néons a salpicarem a paisagem com pequenas cores no breu, as estradas iluminadas a desenharem os seus contornos, a Penha como nave flutuante, a gravitar suspensa na noite. É uma prise de vue cheia de urbanidade. Sempre que chego à cidade, acontece-me isto: fico hipnotizado pela urbe, vejo-a como um corpo de mulher, imagino-a cantada por poetas demoníacos, bebidos de espirituosidade e vinho, musicando a sua cidade. Um Morrison da Rua da Caldeiroa (um Bino Showriça?), a gravar no quarto de banho da sua casa, uma música magistral chamada Guimarães Woman:


Well, cheguei à cidade about an hour ago
Parei no Toural, to see which way the wind blows
Where the little girls in the Salgueiral bungalows

Are you a lucky little vitoriana in The City of Light
Or just another white angel...City of Night
City of Night, City of Night, City of Night, woo, c'mon

Guimarães Woman, Guimarães Woman
Guimarães Woman Sunday afternoon
Parolos na rua Sunday afternoon
Joga o Vitória Sunday afternoon

Drive thru your suburbs
De S. Torcato a Pevidém
Into your blues, nos teus azuis, yeah
Into your blue-blue Blues
Into your blues, ohh, yeah

I see your hair is burnin'
Penha is filled with fire
If they say I never fui ao Jets
You know they are a liar
Drivin' down your circular urbana
tascas obscuras roam
GNR in cars, the topless bars
Never saw a woman...
So alone, so alone
So alone, so alone

28.10.05

CARTILHA 4800 - LETRA C

Cláudio e Carminda coitam calmamente na colina do Castelo. Costa, controlador de coitos, comunica ao Comando a ocorrência. Cláudio e Carminda, de coito cortado, ficam coléricos e castigam Costa pela comunicação, cortando-lhe os calcalnhares, que dão a comer a um cão em Castelões.

27.10.05

GUIMARÃES E O MAR

Caríssimos leitores: tenho vindo a ser acusado pelos meus colegas, o Dr Jacques e o Dr Otelo ambos Guimarães e de Guimarães, de parca participação neste nosso fórum. Porém, e para contrariar a opinião dos meus colegas, venho trazer-vos nesta minha primeira participação aquilo que penso ser o projecto capaz de mudar, para sempre, a cidade de Guimarães. Trata-se, não mais, do que garantir a chegada do Oceano Atlântico aos limites do nosso concelho. Esta ideia surgiu-me na passada quarta feira, estava eu no snack bar Dois Arcos, às cinco da manhã, a comer um franguinho estufado com ervilhas, com um reputado engenheiro hidrográfico holandês que depois de sorver uma malga de vinho me disse:
- Ò Dr Carlos, só falta mesmo o mar para Guimarães ter tudo.
Emocionado, mergulhei num buliço de pensamentos que desembocaram no projecto que vos exponho:
- Abertura de um canal de mar que, por razões meramente técnicas terá origem em Esposende, seguindo o rumo do Cávado, entroncando, então sim, no rio Ave, a Norte das Taipas;
- Re-desenho da Nova Foz do Ave e construção de um porto de mar onde actualmente se situa aquela pavorosa e desagradável Nossa Senhora em Sande (arrisca-se o fácil e turístico trocadilho com Sande (vila) e sand (areia em inglês), do estilo The White Sand Of Sande).
- Edificação de bairros de pescadores – Tipologia 1 – para alojar todos aqueles que vivem nas povoações ou cidades destruidas pela passagem do progresso, fazendo com que de Esposende a Guimarães haja um número considerável de praias de águas menos gélidas que as costeiras.
- Criação de uma marginal com saída da rotunda do Lidl em Fermentões, em direcção ao mencionado porto de mar.
Porém, para melhor visualização deste grandioso projecto, deixo-vos com as maquetes dos estudos que eu próprio encomendei à minha querida Unviversidade de Heidelberg. A utilidade, o visionarismo e a necessidade disto tudo são, por demais, evidentes.
Saúdo-vos, com júbilo e efusividade, caros Vimaranenses.
O vosso,
Carlos Guimarães


O vasto braço de água que chegará aos limites de Guimarães.





O Golfo de Sande e a Nova Foz do Ave com seu gigantesco porto.




Pormenor do passeio marítimo de Guimarães




Pormenor da marginal em Ponte, com as suas praias de areia branca. (o Lidl é visível no canto inferior direito e os supermercados JOM, infelizmente, são devorados pela inexorável marcha do progresso)

4800 TOPS – MISSAS DOMINICAIS

1 – Missa das 12.30 na Igreja de S. Francisco – Mais do que uma homilia, é uma verdadeira concelebração do “o que é ser in em Guimarães”, com destaque para os desfiles da última colecção da Rubia, Tope e / ou Trianera. Ainda por cima, é extremamente rápida e incisiva, libertando os crentes antes da uma da tarde. Após a sua rápida debandada é "cheirável" uma mistura nauseabunda de perfumes das mais variadas marcas, só disfarçável com um botafumeiro igual ao da Catedral de Santiago de Compostela. O Jet-Set em oração.
2 – Missa das 11:30 na Igreja de Santa Luzia – De matiz mais popular, assume-se como o momento ideal para observar a fealdade kitsch da dita Igreja e ouvir o “Aqui vimos, Mãe querida” ou o "És para mim, Jesus, caminho e grande luz" cantado estridentemente por algumas devotas. Uma missa de índole mais popular.
3 – Missa das 19:00 na Igreja da Oliveira – Celebrada pelo mítico Monsenhor Zé Maria. Esta missa é um apanhado da sociedade vimaranense: para além dos Jets, há também os Pops, outsiders e mesmo alguns não católicos. Esta mescla é por vezes interessante. Amiúde, são dirigidas fortes críticas à “juventude perdida” que povoa as esplanadas do Largo da Oliveira. Uma missa que é uma súmula das duas outras.
4 - Missa das 18:30 na Igreja da Nossa Senhora da Conceição - A contiguidade do templo ao Bairro dos Jagunços confere a esta celebração uma toada de temor e desconfiança muito acima da média noutros templos. Rezam as más línguas que nem sequer há peditório à vista desarmada, por questões de segurança. Uma nova esperança, dizem uns. Mais um sítio para ser assaltado à saída, vociferam outros.

CARTILHA 4800 - LETRA B / V

Bento bebe binho num botequim em Brito. Basta de binho, bou bomitar, balbucia Basco, um belhote que bebe binho branco, a Bento que bisa berter-lhe bebida no basilhame.

TAIPAS, GMR: MENOS É MAIS

Sou um profundo conhecedor das Taipas. Quer-me parecer que, de todos os subúrbios de Guimarães, é aquele que o é em menor escala. O meu sonho é que, com o crescimento da cidade via Fermentões e Ponte, as Taipas passem a ser uma zona privilegiada da pólis Vimaranense. Um pouco à imagem de Londres com o seu West End. As Taipas podem ser o nosso North-West End, a nossa Chelsea, a nossa Brixton. Basta que para isso se perca a noção de sairmos da cidade depois dos Jagunços. Basta que a cidade se assuma como um continuum.
As Taipas, para mim, são sinónimo de qualidade de vida. Têm um rio, um parque e dois ou três restaurantes onde podemos saborear as melhores francesinhas de Guimarães, sem qualquer dúvida. Têm a maior concentração do planeta Terra de seres humanos com apelido Marques. Têm, igualmente, a melhor escola Secundária do Concelho. Terei orgulho quando o meu filho me disser que quer ir estudar para as Taipas. Qual Xicolanda, qual quê. E depois, as Taipas têm Termas. E isso só pode enobrecer as Taipas enquanto parte integrante de um todo que é Guimarães. Agora, caros vimaranenses das Taipas, há que modernizar tudo, até porque a única coisa moderna que as Taipas têm é a Less Is More, loja de interiores cujo nome advém de uma frase do grande Mies Van Der Rohe. Há, portanto que modernizar as termas, através da edificação de um resort e de um SPA; há que modernizar o rio, clareando-lhe, quimicamente, a cor e construindo pontes pedonais projectadas por Santiago Calatrava; há que modernizar o crescimento urbano fazendo-o para os lados de Ponte - e nunca de Sande – de modo a que Taipas e Guimarães se encontrem num lascivo ósculo em Fermentões. Aí sim, o dever estará cumprido. E o MTAC categoriacamente extinto.
Jacques Guimarães

26.10.05

4800 TOPS - TASCAS COM PORTAS À SALOON

1 – Quim Conas - Rua de Santa Luzia, aka Rua Francisco Agra
2 – Pinto, Tasca do - Rua António Mota Prego
3 – Comércio Misto de Mercearia e Vinhos, de Joaquim da Silva Costa - Largo do Trovador

CARTILHA 4800 - LETRA A

Aarão, apicultor de Arosa, ata Anabela da Atouguia a um abeto em Aldão. Arranca-lhe a aorta e Anabela aia abundantemente. Amo-te, afirma Aarão de Arosa.

PASMAR: CAUSAR PASMO, ESPANTO, ADMIRAÇÃO.

Ao consultar, numa incursão ao wc da minha residêncial, o “Grande Dicionário de Lingua Portuguesa”, tomo VIII (NONU a PERM), deparei-me com uma palavra que, apesar de já fazer parte do meu léxico há cerca de trinta e quatro anos (utilizada, pela primeira vez, no visionamento de uma situação que levaria ao meu primeiro divórcio) se coadunou perfeitamente com um sentimento /emoção por mim vividos quando visitei o novo parque de estacionamento da Mumadona. Fiquei pasmado.
Encontrava-me eu, por volta das duas horas da manhã, junto à parte do pano da muralha que em tempos defendeu, e bem, a nossa cidade quando, num repente, constatei que decorriam, em plena madrugada, obras públicas na cidade de Guimarães. Fiquei obviamente e, ao contrario de uma certa e determinada oposição à actual edilidade, positivamente estupefacto, pasmado.
A minha positividade estupefaciente prende-se como facto de, ao termos na nossa cidade obras camarárias a decorrerem vinte e quatro horas por dia (ainda que para cumprir desígnios puramente eleitoralistas), estarmos a entrar, de forma inegável, para o universo cosmopolita português. E Guimarães é, e precisa de ser mais, cosmopolita. Não basta termos contrastes sociais acentuados, um metro, uma boa dose de toxicodependentes que de futuro começem a ser maioritariamente imigrantes ilegais, e prositiuição (de luxo ou rua) acentuada. Uma urbe não se pode dizer cosmopolita sem que tenha algo bombástico a crescer no seu seio: uma obra polémica!
Basta irmos às duas cidades mais cosmopolitas portuguesas, Porto e Lisboa, para encontrarmos sem grande dificuldade duas obras, dois túneis, polémicos. Em Guimarães, o novo parque de estacionamento reúne várias características que, para além de causarem o pasmo a quem por lá passa, geraram e continuam a gerar a polémica. E não é dífícil enunciá-las:
1- O possível custo das obras devido às horas extraordinárias e o uso eleitoralista com a assim denominada visita guiada a um estaleiro.
2- A retirada da tradicional calçada à portuguesa e a sua substitiuição por um piso de menor qualidade estética.
3- A fragilidade do pedestal em que se encontra a Mumadona e diversas questões relacionadas com a direcção da própria estátua (tendo inclusivamente surgido um movimento, de raizes obscurantistas, que defende que a estátua deve estar virada para Fafe).
Contudo, todas estas questões (e outras que possam vir a surgir) são menores e irrelevantes quando comparadas com a projecção cosmopolita que a polémica deu à cidade (escusado será referir a notícia que saiu no jornal “Público”). E o que é um parque subterrâneo senão um túnel fechado? Sim podemos comparar a nossa polémica à polémica do túnel do Marquês (onde também decorreram obras vinte e quatro horas por dia) ou no túnel de Ceuta (onde também terá acontecido qualquer coisa que lhe deu direito a “gordas” nos jornais).
Posto isto resta-me dizer que, desde o encerramento para obras da Pastelaria Docélia, não me sentia tão pasmado.
Otelo de Guimarães

GMR 4 800 000

A Praia Artificial de Atães, apesar de ser uma obra de um despesismo tresloucado da nossa edilidade, poderá configurar uma profunda mudança nos habitos comportamentais dos vimaraneneses. Água permanentemente a vinte e oito graus e ausência de nortada são os principais atractivos de uma obra que parece querer afastar os nossos concidadãos da tradicional ida a banhos para as praias contíguas à cidade: Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Esposende e outras. Irá esta megalomania alterar um secular hábito, inculcado na própria vimaranensidade? Ou será mais um elefante branco, a juntar ao jumbotron da Praça Santos Simões?

SEIS PASSOS PARA UMA GUIMARÃES COSMOPOLITA

1 - UMA CIDADE COM METRO - Guimarães tem de afirmar-se, cada vez mais, como uma cidade cosmopolita. Um bom começo é fazer um metro, subterrâneo ou de superfície. Dá um estilo inegável à cidade e permite-nos entrar para a associação europeia das cidades com metro. Se Mirandela já lá está, e tem meia linha do dito transporte, porque não a insígne Guimarães? De seguida, poder-se-ia aproveitar a linha GMR-Porto e considerar estações de metro todas aquelas que se seguem desde a Estação de Vila Verde até aos outbonds do concelho. Isto potencia deslocações engraçadas, como aquela que ligará a Universidade – cuja estação tem de ter vinte estátuas do Cutileiro - ao Tarrafal. Para além disso, haverá sempre lugar ao lendário Conselho de Administração do Metro de Guimarães. Só de escrever isto, arrepio-me.

2 - UMA CIDADE DO SEXO - Outro tópico para o cosmopolitanismo de Guimarães é, claramente, o acolhimento de um festival de cinema porno ou de cinema gay e lésbico. Qualquer grande metrópole tem um certame desta estirpe. E isto deixa o clero claramente revoltado, o que é sempre bom a nível de confronto de classes – como se sabe, outro baluarte do cosmopolitanismo. Em complementaridade, fomente-se a prostituição de luxo. Nesta altura, está o caro leitor a pensar que eu sou lunático. Não, antes pelo contrário. Pense-se em Bragança e na capa que a conceituada Time lhe consagrou. Ainda consigo ver o título: Europe’s New Red Light District. Durante anos, lutamos com o nosso pequeno centro Histórico para chegar onde Bragança chegou, em meia duzia de meses, com as suas pequenas.

3 - UMA CIDADE DE GRANDES CONTRASTES SOCIAIS - Qualquer cidade que queira ser ou parecer cosmopolita deve ter um pólo de grande tensão social constituido por uma zona rica ladeada por um bairro suburbaníssimo: ambos podem ser obra de um arquitecto reputado, objecto de estudo de escolas e escolásticas de arquitectura e sociologia. Precisamos disto. O binómio Av. Londres – Bairro dos Jagunços já deu o que tinha a dar. Necessitamos, igualmente, de minorias étnicas, sexuais e religiosas, de uma Chinatown maior que a do Centro Comercial Palmeiras, de minorias económicas (porque é que os grandes barões nunca vêm morar para a cidade?, deixo a interrogação) e de um bom gang.

4 - UMA CIDADE COM HABITANTES DE ALTO GABARITO - Uma figura de vulto da cultura nacional: Tabucchi em Siena. Eugénio de Andrade no Porto. Saramago em Lanzarote. José Cid na Anadia. Caros leitores, exemplos não faltam. Uma cidade cosmopolita alberga, pelo menos, um notável vulto da cultura nacional e / ou estrangeira. O dito cujo dá nome à cidade e a dita cuja dá-lhe casa, comida e uma escrivaninha. Um dos grandes mitos desta urbe era aquele que rumorejava sobre a hipotética vinda – nunca consumada – de Luís Sepúlveda para a Cidade Berço. Já o imaginaram a tomar café no Milenário? Se nada disto resultar, há sempre a hipótese de se encomendar uma obra a algum destes vultos – um poema a Graça Moura, uma ópera a Pinho Vargas – que verse sobre a nossa cidade.

5 - UMA CIDADE CUJA SEIVA URBANA CORRA NAS GRANDES AVENIDAS – E para isso, necessitamos de um Plano de Construção Civil em Massa: desenhem-se avenidas, praças e ruas, pejadas de prédios e de trânsito. Construa-se em betão armado. Mais cedo ou mais tarde, alguém habitará as casas. Nem que sejam ocupas (cuja desejável presença daria ainda mais cosmopolitanismo à cidade). Fulcral e urgente é mesmo a construção de um túnel rodoviário, nem que seja de uma profunda inutilidade. Uma cidade sem túnel quase não se pode afirmar cidade.

6 - UMA CIDADE COMERCIALMENTE FORTE – É necessária a construção de grandes superfícies de consumo, de modo a criar um grande entreposto cultural de consumidores. Abram-se Fnacs, Habitats, Ikeas e Emporio Casa. Destrua-se o doentio e decadente comboinho de Natal do comércio tradicional. Finalmente, deixaremos de ir aos saldos nas cidades vizinhas. Cinco meses depois, estaremos no top.


Otelo de Guimarães

25.10.05

4800 TOPS - 5 MELHORES SPOTS PARA VER E SER VISTO NA CIDADE

1 – Guimarães Jazz
2 – Século XIX
3 – Assembleias Gerais do Vitória
4 - Cítara
5 - Formigas, ao Parque da Cidade.

24.10.05

GMR 480 000

Hoje de manhã cedo, apanhei o Metro no Toural para ir ao Pólo Industrial de Ponte, para uma reunião cujos contornos obscuros não vou aqui explanar. Afianço apenas que envolve um despedimento colectivo e três Ferraris. Ao parar na estação de metro de Fermentões – sim, aquela inspirada nas estações de S. Petersburgo – sou apanhado no meio de um simulacro de incêndio, que me reteve durante meia hora, em exercícios de evacuação. Ora, a minha questão é a seguinte: que raio de Administração do Metro de Guimarães é esta que escolhe uma hora de ponta (para mim, hora de Ponte), para fazer estes exercícios? Acaso se esquecem das centenas de milhares de vimaranenses que dependem deste meio de transporte para circularem pela cidade? Mais valia ter ido a pé. Demissões, já.

23.10.05

A MINHA VIMARANENSIDADE OU LÁ O QUE ISSO É

Um amigo meu disse-me que lhe disseram que não escolhemos o lugar onde nascemos. Muito bem visto. Se pudesse escolher, seria ou vimaranense ou veneziano. Ambos começam por V. Quis o destino que viesse nascer na Profunda Capital do Norte. A verdadeira. Resumo-me, portanto, a esta condição de ser de Guimarães e de viver em Guimarães por entender que aqui se vive melhor que noutros lugares onde vivi, excepto em Barcelona. Nesta altura de globalizações, como europeu-português-vimaranense, sinto-me mais próximo da Galiza que de Lisboa. Revejo-me mais na praça do Obradoiro, em Santiago de Compostela que na praça do Comércio, em Lisboa. Sou um cosmopolita-bairrista, ao fim e ao cabo. O minho é “il mio paese” e Guimarães “my kind of town”. E o que é a minha Vimaranensidade? Como posso conhecê-la? Onde posso adquirir uma? Pensar e descrever a cidade é o que me proponho fazer neste espaço. Tentar transmitir a indescritível beleza que se sente ao vislumbrar, da Rua da Raínha, a Praça da Oliveira e o seu Padrão gótico, numa tranquila manhã de sol. Ou então, não falar de nada disto e inundar este blog de considerações menos poéticas.
Jacques Guimarães