TRÊS RAZÕES PELAS QUAIS GUIMARÃES NÃO É UMA GRANDE CIDADE...
As eleições autárquicas de 2009 estão à porta, mais ano, menos ano. O 4800 GMR não quer ser oposição de nada nem alternativa a tudo. Contudo, considera fortemente a hipótese de se candidatar à Assembleia Municipal de modo a que quem de direito ouça o quê de direito. Seremos a força da verdade. A real-politik local. A devolução na continuidade. A voz da confiança cínica, entre muitos outros lugares comuns. Temos o orgulho inegável de sermos a primeira força panfletária da cidade a falar ássumidamente das próximas autárquicas, contrariando a lógica dos pézinhos de lã.
Para além de tudo o que foi referido - e dos subsídios inerentes ao cargo de deputado - somos francamente fãs do arremesso de tartes de nata das pastelarias locais à cara de quem as mereça, bem como do carreirismo político fácil, silêncioso e oportunista. Assim, aqui vos deixamos em jeito de bom fim de semana, com o magnânime, ubíquo, bicudo, realista e rapace pré programa eleitoral que antecede a nossa pré candidatura. Começou a lavagem ao cérebro.
TRÊS RAZÕES PELAS QUAIS GUIMARÃES NÃO É UMA GRANDE CIDADE.
1 – Guimarães é provavelmente a única cidade do país em que o século XIX e o início do Séc XX não existiram em termos de construção civil. Acresce a isto que a política de urbanismo vimaranense - a admitir que alguma vez existiu – foi pautada pela pequenez e/ou por uma demasiado marcada ideia de contenção orçamental. De tudo isto resulta que a maior avenida vimaranense não tenha sequer um mísero quilómetro, o que, para além de ser uma vergonha, é sinónimo de cidade pequena. Constrói-se sempre com base no complexo do Portugal dos pequenitos – a medida pequena impera e não se segue o exercício pombalino de construir em grande, para que poucos anos volvidos as construções não comecem a rebentar pelas costuras. Veja-se o que aconteceu com a circular de finais de oitenta, veja-se o que acontece com a nova circular, já para não mencionar a micro-estação de caminhos de ferro: obras à Liliput, que já dão problemas ou não tardarão em dá-los. Comparemo-nos com o arcebispado mais próximo no que concerne a este tipo de investimento e nem precisamos de cogitar muito para concluir o óbvio. Prometemos grandeza de vistas.
2 – A mentalidade vimaranense prejudica o desenvolvimento. Com efeito, há um sentimento de megalomania que não tem correspondência no plano da realidade: todos sabemos que vivemos numa cidade pequena, mas temos a mania que ela é grande. Todos sabemos que o Vitória não é candidato ao título, mas no final da época ficamos lixados por não termos sido campeões. Temos um centro Histórico que é minúsculo, mas não há quem não se tenha perdido nas vielas e travessas inexistentes. Este desfasamento da realidade impede uma reflexão séria sobre a cidade, uma vez que, alegadamente, não é necessária porque está tudo a correr bem. Prometemos um Mega Congresso que se vai chamar Pensar 4800.
3 – A falta de uma geração que faça coisas e a falta de entrosamento com a geração que pode fazer coisas. É fácil notar a debandada geral cada vez que milhares de putos de Guimarães vão para a Universidade. Existem poucos jovens com idades entre os 18 e os 25 anos. E os que existem, vivem enguetizados na Universidade do Minho (não me surpreenderia se um ou outro carro aparecesse carbonizado em Azurém), fechados numa comunidade académica dependente de outra cidade, para onde vão, muitas vezes, viver, uma vez que aqui não se passa nada e as casas são caras. Guimarães não oferece condições a quem quer fazer coisas e quem quer fazê-las ou não desce ao centro ou vai fazê-las para o arcebispado mais próximo. Prometemos rendas baixas - com autorizações descabidas para uma construção desenfreada - e uma Universidade, nem que seja privada.
Por agora é tudo. Os pontos 4, 5 e 6 a seu tempo surgirão.
JG, CG e OdG