28.9.06

SINAIS DOS TEMPOS

Ontem enquanto falava com três vimaranenses na casa dos 20 e poucos, apercebi-me que nenhum deles sabia onde ficava a Rua Nova.
Um amigo mais velho ainda tentou ajudar: "Era a Rua das meninas...".
Não ajudou.

JbG

26.9.06

CONSTATAÇÃO VITORIANA

Em equipa que perde, não se mexe.

CONTRIBUIÇÃO PARA UMA GASTRONOMIA TÍPICA DE GUIMARÃES

Depois do sucesso da posta de Carlos Guimarães, é altura de elencar as sugestões deixadas pelos nossos estimados leitores. Não sem antes rememorar os pratos que o génio de Briteiros inventou:
- Cabrito à Paulada
- Pota à Rua Nova
- Aveludado de Cenoura à Moda Têxtil
- Queques à Londrina
- Coirato com Corante à Moda de Couros
- Ensopado de Cerveja à Santiago
- Coelho de Ponta e Mola à Modinha da Senhora da Conceição
- Alagado à Construtor

E no menu dos nossos leitores,
- Massa à Sofredor, por Jatoz
- Pão de milho ázimo, à sócio do Vitória, por Afonso
- Cação com cebolada á velhota da Caldeiroa, por Vítima de Jagonços (sic)
- Açorda de tripas farinheiras de Leitão à Guardizela, por Eduardo de Almeida
- Bacalhau à S. Torcato, por Paulo Saraiva Gonçalves
- Tachos à Magalhães e Panelinhas à Castro, por Anonymous 4:45PM
- Pregos à Ferreira da Cunha, por Diuner de Guimarães
- Xaputas à Rua Nova, por Condessa do Juncal
- Prego à Mota, por Anonymous 5:00PM

e, pelo mestre de culinária Chef Ganga, as seguintes:
- Rolinho de carne aos empurrões à moda do Jets
- Febras de Vaquedo à noitibó
- Cavalo à Arlequim
- Grelo e Brioche à moda da Colina Sagrada
- Perca do Selho recheada à Galinho
- Caldo à moda da Caldeiroa
- Rissóis de Bolacha
- Pimenta na Chapa com Gambas e Pili-Pili à moda das Escadinhas
- Estufadinhos à Magalhães

A todos os contribuintes, a Gastronomia Vimaranense agradece. Digam lá se com este naipe, não se justificaria a abertura de um restaurante típico, ali para os lados do Largo do Cidade. Para terminar, aos pratos acima mencionados acrescentam-se mais dois, da minha humilde autoria:
- Espetada Mourisca à Afonso Henriques
- Perca à Vitória

Saudações gástricas,
Jacques Guimarães

25.9.06

PERFIL

Mais uma vez, o título está relacionado com a deep shit em que está metida a equipa de futebol do clube mais representativo do concelho. Mas já lá vamos. Primeiro, o jogo de ontem: a humilhação não reside no facto de se ter perdido contra uma equipeca com cerca de quinhentos sócios, todos com mais de sessenta anos. Nem tão pouco em se ter perdido o jogo contra os Olivais e contra o Moscavide. A verdadeira vergonha é que se perdeu contra um dois em um com nome de empresa têxtil do balduábe: Olivais & Moscavide, Ldª, têxteis para o lar. E assim não dá, de forma nenhuma. Como também não dá fugirem aos tabefes que a massa mais única do firmamento lhes queria aplicar: correctivos dados com mais amor que estes, só mesmo os das mãezinhas. E ontem todos mereceram.
Quanto ao título do texto, considerando estes considerandos, mais os outros todos, a pergunta é mais que óbvia: qual o perfil adequado para o próximo presidente?
JG

21.9.06

O SLOGAN DAS NOSSAS VIDAS

De certeza que os ouvidos do caro leitor já foram brindados com o spot publicitário mais genial que alguma vez foi feito por estas bandas. Se tal não aconteceu, então sejam bem-vindos a Guimarães e ao seu blog de referência. E já agora, curvemo-nos perante o seu criador (quase arriscava o C maiúsculo) e atentemos nesta verdadeira obra de arte (o espaço em branco é propositado e permite ao slogan respirar)
No Porto, há tripas. Na Bairrada, há leitão. Em Guimarães... A. Novais.
O spot publicitário que inundou as ondas hertzianas emitidas de Guimarães para todo o litoral norte marcou, sem dúvida, muito mais que uma geração, muito mais que os anos oitenta. Marcou a própria cidade: há um antes e um depois desse mesmo spot. Confesso que nunca comprei nada na refida casa A. Novais (à Rua D. João I), mas garanto, sem sombra de dúvidas, que sempre que penso em comprar um aparelho que tenha pelo menos um circuito eléctrico, penso em comprá-lo onde ... no A. Novais (coincindentemente, ou talvez não, no momento em que me surge este pensamento estava em trânsito para S. João de Ponte, com o intuito de comer meio leitão, acompanhado por espumoso de vinho verde da Corredoura ou de Leitões - colheita de 2003). Mas, voltando ao slogan genial, para além de ter marcado uma geração e de ter sido injustiçado em dezenas de prémios publicitários, inclusivamente aquele que é tido como o pulitzer da publicidade e cujo nome, agora, não me lembro, este slogan, dizia, põe a descobeto um verdadeiro drama para todos nós vimaranenses. A verdade caros amigos é só uma: apesar de termos uma gastronomia variada e rica, não temos um único prato que se identifique com a nossa cidade a nível nacional. Podemos sempre argumentar com tortas e toucinho do céu, com buchos e com farinheiras, mas a verdade, prezados leitores, é só uma: ninguém identifica a cidade com um elemento gastronómico, ao contrário do que acontece com o Porto, a Bairrada, Mirandela, Alentejo, Póvoa de Varzim, etc, etc! E até as cidades que nos cercam estão à nossa frente: basta olhar para o bacalhau à Arcebispado Mais Próximo e para o pão-de-ló da Cidade Risca Ao Meio (e Corta Ferrovias). É por isso que me dirijo a todos os que me lêem. Temos que suprir esta lacuna rapidamente. Deixo-vos com este desafio, certo do vosso empenho. Postai à vontade, criai culinária de cariz vimaranense. Deixo-vos com algumas sugestões, que eu próprio já confecionei e testei nalguns amigos: cabrito à paulada, pota à Rua Nova, aveludado de cenoura à moda têxtil, queques à Londrina, coirato com corante à moda de Couros, ensopado de cerveja à Santiago, coelho de ponta e mola à modinha da Senhora da Conceição, Alagado à Construtor, . Vêem? Não é difícil.
Carlos Guimarães
PS - Não serão permitidos pratos de cariz canibal nem de frutos do mar.

A PROMOÇÃO DA MEDIOCRIDADE

Hoje, ao folhear o sítio da Câmara Municipal de Guimarães, deparei-me com esta notícia escabrosa: "(...) dias 16 e 17 de Setembro no Multiusos de Guimarães, a ExpoTuning / 5ª Concentração Tuning e Car Audio". E o que é que isto quer dizer? Em bom rigor, estamos perante algo ainda mais escabroso que a notícia: a CMG ajuda a promover uma actividade altamente reveladora de índices de parolismo nocivos para a cidade onde vivemos, o tuning, e, ainda não satisfeita com tal feito, promove um pseudo-desporto que vive no limiar da criminalidade: como se sabe, todo o conceito de tuning gira em torno de três actividades consideradas ilícitas: excesso de velocidade, corridas sem licença e falsificação (quitagem) de motores e outros elementos característicos dos automóveis. Aliás, muitos de nós, circulando a 160km/h, já foram ultrapassados na auto-estrada por um fiat 127 a debitar CO2 e a escarrar decibéis sob a forma de batidas techno. Ou então já foram dar uma espreitadela ao autódromo de Corvite.
Com este precedente, quero ver qual será o comportamento da CMG quando alguém solicitar a cedência de espaços para a realização das seguintes conferências: Os Efeitos Positivos do Haxixe Quando Fumado em Cidades Património Mundial, Como Manietar Brigadas de Trânsito ou Três Dicas Para a Falência Fraudulenta Perfeita. Será que terão o mesmo apoio?
Jacques Guimarães

18.9.06

ESTE POST VAI TER MAIS DE DEZ COMENTÁRIOS

A propósito do Vitória-Penafiel, volta a verificar-se a máxima escrita aqui. Desta feita, fomos 13345 sado-masoquistas. Quer-me parecer que começa a haver coisas muito mais interessantes para fazer a um domingo à tarde (tipo ficar em casa a gramar filmes da tvi) e que o Vitória só ganha quando tiver 800 adeptos no estádio (e os jogadores perderem o tefe de olhar a sua massa associativa nos olhos). Aliás, nestas coisas de paixão, às vezes um amuozinho espicaça a relação, não acham?
JG
PS - E os equipamentos, quando é que chegam?

ESTE POST VAI TER MENOS DE DEZ COMENTÁRIOS

O CCVF (reparem no link, que vai não para o sítio do CCVF, mas para a Oficina, uma Regie-Cooperativa e não um centro cultural) comemorou ontem um ano de existência. Parabeniza-se a casa, como espaço aglutinador de propostas e projectos que já se iam fazendo na cidade: CCVF, uma oficina para Semanas da Dança, Cineclubes, Festivais de Teatro, Encontros Internacionais de Música, Guimarães Jazz, etc.). Sendo a música contemporânea o que mais falta faz, questiona-se a ausência de regularidade e de boas escolhas, de valores seguros na programação própria (e aqui, sim, urge comparar com a Casa das Artes de Famalicão). Já que não se arriscam monstros sagrados para o grande auditório, ao menos siga-se a velha fórmula do mini: demasiado bons para tocar no bar, demasiado pequenos para o grande auditório. Questiona-se a divulgação das iniciativas - um ou dois mupis em saídas de cidade não tão só não chegam como são difícieis de ler, como também desindividualizam os espectáculos. Maldiz-se o bar, como espaço aglutinador de neo-parolismo cartesiano. Bendiz-se quem leu o que aqui foi escrito em Janeiro e que decidiu ir dando Mozart à cidade (shhhhhiu, vêm aí As Bodas de Fígaro).
Um ano depois, mais do que comemorar, há muito que pensar.
(Consegui fazer um texto apenas com uma graçola: a do neo-parolismo cartesiano. Por sinal, bem castiça. E bem verdadeira.)
JG

15.9.06

IR E VOLTAR

Decidi regressar a Guimarães após umas vivificantes férias na Costa Verde (não sei porque lhe chamam assim: o mar é azul, os prédios são cinzentos e nunca se viram por lá marcianos). Não posso dizer que a decisão tenha sido inteiramente minha porque, em boa verdade, foi este tempo chuvoso de temperamento britânico que precipitou o meu regresso. Cheguei a Guimarães de táxi. Após pousar as malas em casa fui, no mesmo táxi, para o centro da cidade. Pedi ao taxista, misturando o meu português com o tempo inglês que se faz sentir para que, se não o disturbasse, me deixasse ficar no Jardim do Carmo, visto que queria dar uma volta pela minha cidade.
Foi assim que iniciei o meu périplo por Guimarães com um, e só um, intuito: passear pela mais bonita cidade do Mundo (ou pelo menos do distrito).
Cortei por uma pequena viela e saí do Jardim do Carmo. Comecei a descer a rua Joaquim de Meira (por quem tenho o maior dos respeitos) e depois a Avenida General Humberto Delgado (de quem sou franco admirador). Daí, encaminhei-me para a Rua de Gil Vicente (cujas obras literárias me fascinam), que desci rumo à rua Paio Galvão (cujo papel na história me faz ter por ele a maior estima) onde cortei pelas garagens até à Rua de Santo António (de quem sou fiel devoto). Por momentos parei para pensar: deveria ir pelo Largo da Misericórdia (instituição que muito respeito) seguindo pela Rua da Rainha (rainha diante da qual me vergo) até à Praça da Oliveira? Ou deveria ir ao Toural?
A minha opção foi a segunda. Nesta magnífica praça saboreei uma cerveja, enquanto comia um fígado de cebolada (prato que verdadeiramente aprecio) num conhecido estabelecimento desta cidade (substantivo feminino).
Após o meu repasto chamei um táxi e fui para casa. Finalmente sentia-me de volta (há mar e mar, há que ir e voltar)!
Otelo de Guimarães

13.9.06

4800 TOPS - OS MAIS FEIOS LOCAIS DA CIDADE

Ou Sítios Ai que eu nem sei o que me apetece fazer-lhes, quem me dera ter um camartelo!

1 - O Parque das Hortas ou o que fizeram dele*.
2 - A Rotunda Sizadona**.
3 - A Igreja de S. Pedro de Azurém e o que a envolve***.
4 - A Casa Encravada entre a Av. D. João IV e a rua Eduardo de Almeida****.
5 - A confusa rotunda em frente ao Hotel de Guimarães (sim, é na rua Eduardo de Almeida)*****.

_______
* Parece um cenário soviético, de esgotos a céu aberto, regatos cor de dejecto e betão até enjoar. Um exemplo clássico do mal faire vimaranense e português. Um dia destes terá um post autónomo.

** Mas então o arqtº Siza vem exercitar as suas trips arquitectónicas para GMR? E é pago para isso?

*** Uma verdadeira blasfémia de Prazins, se fosse o caso. Devia ir directamente para a categoria de uso do nome do Senhor em vão.

**** Não houve dinheiro para a expropriação?

***** Causadora de centenas de acidentes de automóvel graças à sua miraculosa, útil e bem enquadrada localização

11.9.06

CONSTATAÇÃO

O sucesso desportivo do Vitória é inversamente proporcional às iniciativas de apoio promovidas pela sua massa adepta.
JG

6.9.06

GRANDES DITADORES EM GUIMARÃES III - JEAN-BÉDEL BOKASSA

Jean-Bédel Bokassa imperador do Império Centro Africano, posa, em tal qualidade, no murinho que existe na descida do Castelo de Guimarães para o campo de S. Mamede. Estávamos em Julho de 1981 e, durante esse período, os Talhos Bem-Amado fartaram-se de receber encomendas carne humana.

5.9.06

VIOLÊNCIA, POR FAVOR!

Regresso de férias em estado de choque: um passeio pelas artétias e veias vimaranenses informa-me da presença excessiva de forças policiais na cidade. Como nota prévia, devo dizer que nada me move contra a polícia, seja ela de segurança pública, seja ela municipal. Posto este acto introdutório, descarrego o meu autoclismo silogistico com as seguintes permissas: com este excesso policial, Guimarães fica, indubitavelmente, uma cidade mais segura. É certo que já o era, uma vez que esporádica é a adjectivação que a criminalidade violenta tem na nossa pólis. Ora, como é sabido, a pacatez é, muitas vezes, sinónimo de pequenez, de “ah, a terrinha tranquila” e, sobretudo, da negação de uma certa tensão que se exige alta para que uma cidade seja grandiosa. Assim sendo, venho por este meio desferir violento golpe contra a classe política desta cidade que, em vez de pugnar por uma cidade cosmopolita, pugna antes por uma cidade segura, onde homens, mulheres, gunas e crianças podem passear tranquilamente por quase toda a sua área. Guimarães precisa de um pouco de agitação cosmopolita. Já que o Centro Cultural não a oferece, é necessario tensionar as ruas, criar zonas de perigo, de temor e de “ehpá, Emboladoura à noite? Tu és parvo, ainda apanhas um tiro”. Só assim poderemos pensar e sentir Guimarães como uma cidade grande. Daí que o policiamento das nossas ruas, sobretudo à noite, seja excessivo e demasiado eficaz para este desígnio. Como diria alguém que bem conheço, “Crime, disse ela”.
Jacques Guimarães

1.9.06

POST IT DE REGRESSO (colado no meu frigorífico Zanussi)

Bem-vindos ao regresso do 4800 GMR. Como prometido, cá estamos. Porém, como hoje é sexta feira, voltamos segunda.