Hipoteticamente, pensará o leitor que venho para aqui debitar úteis cogitações sobre a cidade de Guimarães. Tem razão. Venho, pois, exercer o meu alerta como cidadão ciente dos seus direitos e consciente da necessidade de uma intervenção cívica num contexto de exercício de cidadania de molde a que, em prol da comunidade, a responsabilização crítica de cada um floresça como uma verbena enternecida. Posto este parágrafo introdutório, de inegável beleza e vacuidade, vamos ao que interessa.
II - O presidente do clube mais representativo do concelho
des-gelizou as suas cãs. Hipoteticamente, dizem-nos fontes próximas, terá sido uma tentativa de sair da farda estereotipada de abastado e saudável industrial valedoavense e, assim, ganhar um look mais condigno com o status de presidente de um clube de futebol. De uma imagem digna de um hipoteticamente
Shôtor Vícc-cctor Magalhães passa-se, sem gel e com rapidez, ao look hipotético do
Bítor Magalháins (clique
aqui e veja a outra foto).
III - De assinalar, numa das principais artérias da cidade, o encerramento (para obras? em definitivo?) de uma das mais conceituadas e lendárias casas de noivas desta urbe. Chamemos-lhe, hipoteticamente, Diva e situemo-la, aleatoriamente, na Rua de Santo António. O encerramento desta casa encantada, fornecedora de 78% das noivas católicas vimaranenses entre 68 e 87, é algo que me deixa profundamente inquieto. Sobretudo porque tenho uma filha que está noiva. E não estou para a prendar com um Tenente.
IV - Hipoteticamente, gostaríamos de viver numa cidade grande e cosmopolita. Estou farto de verbalizar isto a familiares, amigos e até a alguns animais de estimação que possuo, como é o caso de uma
pygocentrus piraya 1280DTi. Ao regressar a esta terra mítica, não interessa de onde mas usando para tal a via “auto-estrada”, deparei-me que a distância que separa a saída de Guimarães Sul da Guimarães Normal é menor que 3500 metros, o que faz com que a nossa cidade pareça uma pequena vilória. Erro feito, há que remediá-lo. E, para tal, o ideal seria transformar a saída de Pevidém em Guimarães Sudoeste, Urgezes em Guimarães Centro/Sul e Silvares em Guimarães Centro/Centro. Ficavam, ainda duas saídas por preencher: a Centro/Norte e a Nordeste, criando a ilusão real de uma hipotética grande cidade. Será que o poder político me ouve? É que só assim, com estes assomos de hipotética grandeza, nos poderemos convencer da nossa grandeza hipotética.
Jacques Guimarães (Norte)