30.10.06

4800 FM - EPISÓDIO 3


Neste episódio, Jacques confessa que acredita no destino e Otelo volta a frisar que é o inventor do Papelponto.

28.10.06

4800 FM - EPISÓDIO 2


Neste episódio, Júlio acha que há cultura a mais em Guimarães e Otelo tenta sacar uns trocos com uma ideia que envolve uma empresa sua, a Pirotelo de Guimarães.

4800 FM - EPISÓDIO 1

Para celebrar o primeiro aniversário do blog, Júlio, Carlos Jacques e Otelo reuniram-se com o grande comunicador Ilídio Guimarães para gravarem um especial para rádio, o 4800 FM. Ideias, projectos e reflexões sobre GMR CEC 2012 foram os grandes temas em debate.



Neste episódio, Júlio descobre que só está vivo graças à boa acção de Otelo.

27.10.06

ESCÂNDALO, VERGONHA, DESGRAÇA, CHOQUE E DOR

AVISO AOS LEITORES: ESTE POST CONTÉM IMAGENS CHOCANTES.

Num destes dias de chuva, eu e Júlio Braga Guimarães percorremos as principais praças e ruas da nossa cidade, num passeio que serviu para contemplar a urbe deserta e chuvosa, bem como para pensar em soluções para os seus mais prementes problemas. Ao chegarmos à Praça do Toural, coração de Guimarães, átrio onde a seiva vimaranense corre forte e onde se escuta o pulsar da cidade, Júlio levanta uma suspeição que se iria tornar na maior vergonha desta cidade. Lançada a investigação, aqui estão os resultados. Depois de me confrontar com eles, não aguentei e desapareci da cidade durante três dias. Percorri montes e alimentei-me de sementes, raízes e pequenos animais. Uivei com os lobos no Gerês. Mas nada disso interessa. Vamos aos factos.


IMAGEM 1: Esta é a torre da Igreja de S. Pedro, ao Toural. Construida no século XIX, é visível de inúmeros pontos da cidade, desde o Castelo até Creixomil. É um dos símbolos de Guimarães e da sua vimaranensidade.



IMAGEM 2: Há quem chame à Torre de S. Pedro, ao Toural, o Big Ben de Guimarães, tamanha é a sua influência no marcar do tempo vimaranense. Estes são dois dos quatro relógios da referida torre, às quatro e treze da passada terça feira. O relógio do Toural, tal como a praça homónima, é um dos emblemas desta cidade.



IMAGEM 3: Porém, um dos maiores símbolos do vimaranensismo e da temporalidade vimaranense ostenta uma pecaminosa nomenclatura no seu seio, originando, destarte, a vergonha, o escândalo, a dor e o choque. E não me refiro ao nome Jerónimo.

Jacques Tic-Tac Guimarães

O MAIOR DE TODOS NÓS

É favor não votar em Afonso Henriques na votação sobre o Maior Vimaranense de Sempre. Estamos a falar do maior, não do mais conhecido, ok?

25.10.06

MEMORIAS MARTIANAS II

Em 2002 fui a Roma com Martinho Marto. Desde que saímos de Portugal até o avião ter aterrado na milenar capital italiana o meu Mestre não proferiu uma única palavra. Parecia perturbado. Eu, na minha ingenuidade enquanto admirador e discípulo, julguei que Marto estivesse a meditar…Na verdade era uma enorme afta que impedia o Mestre de se expressar livremente. Era física a censura que o calava e era imposta pelo seu próprio corpo!
A minha ida a Roma tinha por objectivo a feitura de um livro que seria intitulado “ De Caldelas a Roma, Paralelismos Quase Impossíveis na Comunidade Europeia”. Para escrever uma obra desta natureza era indispensável que levasse comigo o homem que me ensinou a pensar: Martinho Marto, o Mestre.
Durante esta viagem aconteceu algo de extraordinário e que até hoje é objecto de estudo por parte de alguns intelectuais europeus. Junto ao Coliseu Marto ficou absolutamente estático. Fixava os seus olhos cor de amêndoa amarga no imponente monumento…Para quebrar um silêncio que já se prolongava há cerca de duas horas eu disse:
- É impressionante não é Mestre?
- Sim.Devem ter sido precisos 850 trolhas para fazer isto. Em turnos duplos e contagem anual, evidentemente. – retorquiu Marto, esboçando um sorriso.
Foi neste momento que eu percebi que algo de único estava a acontecer. Para além de uma abordagem ao passado feita de uma maneira nunca antes vista, Marto acabava de inventar (ou de consolidar) um novo sistema de pesos e medidas: a contagem por (ou de) trolhas.
Desde que foram feitas as primeiras construções até aos dias de hoje o trolha foi (e será) sempre uma figura presente ao longo da história. Foi com base nesta universalidade e omnipresença do trolha na vida humana que fez com que Marto criasse um sistema intemporal de pesos e medidas. Foi também nesta altura que Marto teorizou a sua Fase Trolha e em que aplicou este seu sistema filosófico-contabilizante a várias áreas da sociedade e do saber.
Mais uma vez o meu Mestre inovava e dava uma lição ao Mundo!

24.10.06

4800 GMR - 1 ANO: EXPANSIONISMOS

Caros Leitores:
Considerando que cada aniversário passante é sinónimo de crescimento, inspirando os desideratos henriquinos - sejam eles afonsinos ou infantinos - é caso para dizer que o 4800 GUIMARÃES, tomado enquanto marca, enquanto produto, tinha que crescer. E foi isso que fez, num claro sinal de expansionismo de um modo cínico de estar em Guimarães, em Portugal, na Europa, no Mundo e, sobretudo, na Via Láctea. Assim, não é de estranhar que após um ano de forte recessão, a economia portuguesa pode aproveitar a retoma internacional para iniciar também uma recuperação económica: e os nossos primeiros passos já estão dados, com o registo deste, deste, deste, deste, deste outro, daquele, daqueloutro e sobretudo deste, deste, deste e deste domínio com fins cinicamente comerciais.
Jacques Adam Smith Guimarães

23.10.06

O SANTO GRAAL ESTÁ EM GUIMARÃES

É possível que o cálice por onde Cristo bebeu na Última Ceia se encontre em Guimarães. Fontes fidedignas afirmam que o Santo Graal poderá estar em Portugal e, numa hipótese mais remota, em Guimarães. Um Naco de Pão que sobrou da Última Ceia afirma que “o Graal sempre gostou de Portugal, mesmo antes deste existir…o clima temperado de Portugal faz com que ele não apodreça tão depressa e daí vem esta paixão arrebatadora pelo vosso país”. Um Jarro de Vinho que terá entrado em contacto com o Graal em meados do século X foi mais longe e disse que “ o Graal adorava o mosteiro que a Mumadona mandou construir em Guimarães porque era muito asseado, limpo e novo”. Estes testemunhos, a qualidade dos vinhos portugueses e meia dúzia de silogismos de terceira categoria evidenciam que é muito provável que o Santo Graal esteja em Guimarães.
Contudo nem todas as notícias são boas. Um pedaço do Santo Lenho que, por motivos de segurança não se quis identificar, afirmou que “ o Graal sempre foi muito esquisito…tanto tinha a mania que era uma estrela e que devia estar numa vitrina de uma Sé qualquer como achava que devia ficar no anonimato numa capelinha de aldeia, onde o pessoal não o identificasse e lhe desse algum uso …”. Um especialista em polígrafos (detectores de mentiras) diz ter submetido o Jarro de Vinho a um interrogatório onde detectou que o referido Jarro não só nunca tinha estado em contacto com o Santo Graal como não era de vinho.
É, então, quase impossível que o Graal esteja em Guimarães mas afinal de contas é com títulos enganosos como este que se ganham leitores. Para além de tudo isto ainda há uma hipótese remota de o Graal se encontrar por cá e isso seria fantástico para Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura!
Caros leitores a busca continua!

Otelo de Guimarães
Presidente da Associação Demanda Vimaranense


PS: É favor deixar qualquer informação útil sobre o paradeiro do Graal na caixa de comentários

MEMÓRIAS MARTIANAS

No dia 11 de Setembro de 2001, aziaga data, encontrava-me em casa de Martinho Marto. Assistíamos em directo ao horror que mudaria, a partir daquela altura, a nossa forma de ver o Mundo.
O meu Mestre, Martinho Marto, olhava perplexo para a televisão. Virei-me para ele e comentei quão impressionante era aquilo que estávamos a ver naquele momento. O meu Mestre, mostrando uma incrível visão de futuro, afirmou: “ Realmente é inacreditável…Vão ser precisos mais de mil trolhas para remover aquele entulho todo”.
Após esta análise única sobre aquela triste data todas as dúvidas que tinha quanto ao carácter singular da genialidade do meu Mestre foram dissipadas.
E foi nesse ano de 2001 que Martinho Marto entrou naquela a que eu chamo a sua Fase Trolha…

Otelo de Guimarães

LOGO 2006-2007

Eis a primeira prendinha: um novo logo para o blog. Na sua memória descritiva, elegantemente elaborada, podemos ler o seguinte:

"Guimarães é, sem dúvida, uma cidade que produz. Da agricultura à indústria, das artes ao turismo, não se pode negar o ênfase produtivo das suas gentes. E o Castelo, enquanto símbolo maior da fusão identificativa desta urbe com o País onde se encontra, é pois, produto primeiro. Ora, tudo que é produto tem código de barras. Sendo o Castelo um produto, e sendo este blog um produto consumível (como toda a blogosfera) e um produto do Castelo (periferasticamente falando, claro) é mais que evidente que a identificação de um e de outro só podia redundar num código de barras, ainda por cima quando se fala naquela cena dos bilhetes de identidade cinco em um e isso. Daí que pronto, apareceu isto, tipo do género um código de barras do Castelo."

O logo antigo pode continuar a ser visto aqui. 4800 parabéns, não?

UM ANIVERSÁRIO

E pronto. O 4800 GMR faz hoje um ano. Para assinalar esta efeméride vimaranense, Carlos, Jacques, Otelo de & Júlio Braga Guimarães, jantam hoje em Vizela e vão beber uns copos a Braga, num claro exercício de vimaranensismo e vimaranensidade. Durante a semana, e para assinalar tão importante data, as surpresas "HÁDEM" ser muitas.

22.10.06

RECORDAR MARTINHO MARTO

Foi em Dezembro do ano passado que vos falei pela primeira vez de um dos maiores pensadores de todos os tempos: o ilustre vimaranense Martinho Marto.
Temo que as areias do tempo sepultem o pensamento deste grande filósofo popular e, para evitar que uma tragédia deste calibre aconteça, irei, de agora em diante, partilhar convosco as memórias deste génio.


Otelo de Guimarães

20.10.06



18.10.06

CAMIONETA DE CARREIRA

Numa perspectiva sociológica decidi, na passada segunda feira, fazer uma viagem a Braga. Escolhi o único transporte público disponível: a camioneta de carreira.
Não se alarmem ó meus caros leitores! Não levei a minha viagem até ao fim! Saí da camioneta em Balazar para não pisar solo bracarense. Aliás aproveito para recordar um episódio caricato que me aconteceu em 1975: após ter sofrido um traumatismo craniano numa refrega perto do Toural veio uma ambulância para me transportar para o hospital. Dentro da ambulância apercebi-me que me queiram levar para o hospital de S. Marcos em Braga. De imediato levantei-me e atirei-me da ambulância em andamento. Fiquei tão mal tratado me levaram para o hospital de S. João (no Porto) que era o único que tinha condições para tratar os meus múltiplos ferimentos. Até hoje ainda não recebi a medalha de ouro da cidade…
Voltando ao meu pequeno ensaio sociológico é necessário explicar aos leitores que tipo de ambiente se pode encontrar quando se embarca numa aventura deste calibre. Há por todo o lado, a começar pela camioneta em si, algo dos anos sessenta que marca, desde logo, uma viagem deste tipo. O ambiente é diversificado, exótico e quase que roça o terceiro mundo. Contudo enganem-se os ingénuos que pagam 2.50 euros para fazer uma viagem de 20km e esperam encontrar porcos e galinhas a esvoaçarem pela camioneta (devo desde já dizer que quem esperar ver um porco a esvoaçar numa camioneta não será só ingénuo, será louco: não há espaço meus caros!).
Houve, na minha viagem, algumas presenças de países ditos de terceiro mundo: refiro-me a duas brasileiras (que muito provavelmente não seriam trabalhadoras por conta de outrem). Bem instalados na parte frontal da camioneta seguiam um padre e uma freira que pareciam não ligar a uma senhora (com um buço estilo pêlo de piaçá) que dizia entre uma ou outra palavra um oceano de palavrões. As crianças também lá iam... Sorriam, que mais podiam fazer? Chorar talvez…
Havia uma sensação de familiaridade dentro daquela nave. Toda a gente tratava o condutor pelo seu nome próprio e as paragens eram feitas a pedido. Uma fila enorme seguia pacientemente atrás da camioneta dando ao condutor uma aura de semi-deus: a Ele cabia o poder de dar e tirar (isto é parar ou não) e de, através do exercício da pressão sobre um simples pedal, mudar a vida das centenas que seguiam atrás d’Ele.
Em Balazar (sul) entrou um homem que, exibindo um sorriso pautado pela falta de dentes e expressando-se como se tivesse tido uma trombose sem dar por isso, dizia alegremente: vou a Braga tratar de vida! – Nada contra.
Um pouco mais à frente saí daquela máquina infernal. Ao olhar lá para dentro inquietou-me ver o sorriso de uma criança que sonhando com o futuro ainda viaja no passado sem que o saiba.
Dirigi-me ao café de Balazar, pedi uma malga de verde tinto e o comboio turístico da Penha.

Otelo de Guimarães

17.10.06

AVISO AOS LEITORES

Na próxima segunda feira, dia 23 de Outubro, o 4800GMR comemora um ano de idade. Um ano de humor, amor, ironia, selvajaria, marasmo, sarcasmo e, claro, metonímias sobre o modo de ser vimaranens. Assim sendo, é de prever um jantar com os membros deste blog e, claro, bastantes eventos que assinalarão esta efeméride vimaranense. Fiquem atentos que nós por cá também vamos ficando.
JG

16.10.06

GUIMARÃES CEC!

É sem dúvida uma enorme alegria para todos os vimaranenses ver a nossa cidade ser Capital Europeia da Cultura. Deixei, nos dois posts anteriores, duas questões que eu penso serem importantes para o sucesso de Guimarães como CEC.
Ironias e Sr. Ribeiro à parte, não devo deixar de dizer que fiquei muito contente com o facto de dois leitores terem dito que José de Guimarães seria uma boa escolha para comissário de Guimarães Capital Europeia da Cultura. Digo isto não só porque José de Guimarães talvez seja o mais “europeu” dos símbolos (ou nomes) da cultura vimaranense mas também porque vejo este artista como uma pessoa aberta, simples e que não será, certamente, susceptível a certas e determinadas (más) influências.
Não sei se vamos perder o Tribunal da Relação ou o Instituto Ibérico de Investigação. Sei que vamos ser Capital Europeia da Cultura e estou orgulhoso. E é de joelhos que vos peço, nobres senhores desta cidade, presidentes, directores, vereadoras, gente com voz viva e activa: Vamos lutar por um futuro cultural!
Depois deste momento quase teatral (imaginem-me de joelhos junto à fonte do Toural nesta tarde chuvosa a fazer o tal pedido) devo apenas lembrar a todos os vimaranenses que devem votar no D. Afonso Henriques naquele programinha que dá na RTP. É que o saudoso D.Afonso só cometeu um erro: o de não ter feito de Guimarães uma Cidade-Estado!

Otelo de Guimarães

13.10.06

GUIMARAES CAPITAL EUROPEIA DA CULTURA: O COMISSARIO

Nestes tempos de euforia plenamente justificada e meu dever, como pessimista doutorado que sou, levantar medos e duvidas...Toda a Capital Europeia da Cultura deve ter um comissario que assuma certas e determinadas responsabilidades. Nao falo num comissario no sentido policial do termo (ainda que algumas actividades culturais devam ser policiadas ou controladas...). Falo num comissario cultural que organize e promova um evento deste calibre. Falo de alguem que tenha a sabedoria suficiente para o fazer e a humildade necessaria para saber que nao pode fazer tudo sozinho...
Termino com a pergunta inevitavel: quem devera ser o eleito?


Otelo "sem acentos no cpu" de Guimaraes

11.10.06

PEQUENO QUIZ DE QUARTA FEIRA

Caros leitores,

Em virtude da considerável azafama que o blog tem vivido ao nível do "comment", deixamo-vos com um quiz acerca do tema que a todos interessa neste momento:

Depois de ter sido escolhida como candidata a Capital Europeia da Cultura, o que é que Guimarães vai perder para a vizinha cidade de Braga nos próximos tempos?

a- O Guimarães Shopping
b- O Instituto Ibérico de Investigação
c- O Bucho do Florêncio
d- O Castelo e a Estatua de D. Afonso Henriques
e- As passarinhas e os sardões de Sta. Luzia

Esperamos as vossas respostas. Participem!

C.G.

9.10.06

GUIMARAES CAPITAL EUROPEIA DA CULTURA: A OBRA!

É apanágio de uma CEC ter uma obra de referência. No Porto foi a Casa da Música que apesar da sua beleza e funcionalidade foi um elefante branco. Em Lisboa (que foi Capital Europeia da Cultura em 1994) também há um elefante branco que pelos vistos não tem nada haver com cultura...
A questão é a seguinte: a existir uma obra de referência para Guimarães CEC 2012 qual deverá ser?

CAPITAL OUTRA VEZ, 878 ANOS DEPOIS!

Fiquei surpreendido e bastante contente quando soube que Guimarães será a Capital Europeia da Cultura em 2012. Devo dizer que não ficava tão estupefacto desde que, em 1989, quando fui a Berlim para presenciar a queda do Muro (e comer uma bola) vi um puto de cinco anos que falava fluentemente alemão!
Contudo a minha alegria foi rapidamente contida quando pensei em duas questões que irei colocar brevemente neste blog...

Otelo de Guimarães

SINTO-ME ESTRANHO...

Caros leitores,

Hoje de manhã, acordei e saltei de imediato para o banco do meu piano de cauda (que me foi "ofertado", há vários anos, pela Duquesa do Cadaval no fim de um emocionante jogo de Poker que teve lugar na minha propriedade de Briteiros).
Até aqui tudo normal, fiquei, porém, alarmado quando comecei a tocar peças completas de Bach e Chopin! Eu... que até àquele momento apenas tinha conseguido tocar o "cai neve" em flauta (modelo escolar).
Não sei explicar, mas... sinto-me culto.

Charles G.

4.10.06

CENAS DO QUOTIDIANO VIMARANENSE

Não sei se alguma vez aconteceu ao estimado leitor (ou àquele que não é assim tão estimado, tanto faz) presenciar alguma cena e pensar: “Isto só em Guimarães!”. A mim, volta e meia, acontece.
Vem isto a propósito de um insólito presenciado por este vosso amigo, uma destas noites, em plena Alameda S. Dâmaso.
Percorria eu essa nobre artéria da nossa urbe em direcção ao Toural quando me apercebo do seguinte: um cidadão encontra-se a levantar dinheiro numa caixa Multibanco.
Até aqui nada de mais, dirão V.Exªs. Pois não, mas a história ainda não acabou. É que o dito Multibanco se encontra mesmo junto a um taipal de umas obras que ocupa parte do passeio, assim formando um artificial e provisório recanto.
Ora, essa feliz circunstância terá levado a que a referida criatura se abalançasse a uma difícil tarefa: urinar contra o recanto enquanto procedia ao levantamento de dinheiro. Trata-se de uma tarefa que exige uma coordenação psico-motora de elevadíssimo grau de dificuldade a qual é desde logo merecedora da minha admiração. Na verdade, carregar nas teclas e retirar as notas com uma mão, enquanto com outra se tenta a todo o custo evitar molhar os sapatos e recolher o material previamente usado para “dentro de portas”, é verdadeiramente notável.
Mas não acaba aqui. O pormenor que confere a este pitoresco quadro o seu toque verdadeiramente mágico vem a seguir. Quando estou mesmo a passar junto à descrita cena apercebo-me que um cão vadio que por ali rondava se estava a aproximar do nosso herói. E é então que este, que se encontrava ainda com a “mão na massa” (expressão usada aqui com verdadeira propriedade e num duplo sentido) se volta para o canídeo e solta a seguinte pérola: “Que foi? Cheira-te a chouriço?”.
Genial não é?

JbG

EXERCÍCIO IRRESISTÍVEL DE CIDADANIA HIPOTÉTICA II, III & IV

Hipoteticamente, pensará o leitor que venho para aqui debitar úteis cogitações sobre a cidade de Guimarães. Tem razão. Venho, pois, exercer o meu alerta como cidadão ciente dos seus direitos e consciente da necessidade de uma intervenção cívica num contexto de exercício de cidadania de molde a que, em prol da comunidade, a responsabilização crítica de cada um floresça como uma verbena enternecida. Posto este parágrafo introdutório, de inegável beleza e vacuidade, vamos ao que interessa.
II - O presidente do clube mais representativo do concelho des-gelizou as suas cãs. Hipoteticamente, dizem-nos fontes próximas, terá sido uma tentativa de sair da farda estereotipada de abastado e saudável industrial valedoavense e, assim, ganhar um look mais condigno com o status de presidente de um clube de futebol. De uma imagem digna de um hipoteticamente Shôtor Vícc-cctor Magalhães passa-se, sem gel e com rapidez, ao look hipotético do Bítor Magalháins (clique aqui e veja a outra foto).
III - De assinalar, numa das principais artérias da cidade, o encerramento (para obras? em definitivo?) de uma das mais conceituadas e lendárias casas de noivas desta urbe. Chamemos-lhe, hipoteticamente, Diva e situemo-la, aleatoriamente, na Rua de Santo António. O encerramento desta casa encantada, fornecedora de 78% das noivas católicas vimaranenses entre 68 e 87, é algo que me deixa profundamente inquieto. Sobretudo porque tenho uma filha que está noiva. E não estou para a prendar com um Tenente.
IV - Hipoteticamente, gostaríamos de viver numa cidade grande e cosmopolita. Estou farto de verbalizar isto a familiares, amigos e até a alguns animais de estimação que possuo, como é o caso de uma pygocentrus piraya 1280DTi. Ao regressar a esta terra mítica, não interessa de onde mas usando para tal a via “auto-estrada”, deparei-me que a distância que separa a saída de Guimarães Sul da Guimarães Normal é menor que 3500 metros, o que faz com que a nossa cidade pareça uma pequena vilória. Erro feito, há que remediá-lo. E, para tal, o ideal seria transformar a saída de Pevidém em Guimarães Sudoeste, Urgezes em Guimarães Centro/Sul e Silvares em Guimarães Centro/Centro. Ficavam, ainda duas saídas por preencher: a Centro/Norte e a Nordeste, criando a ilusão real de uma hipotética grande cidade. Será que o poder político me ouve? É que só assim, com estes assomos de hipotética grandeza, nos poderemos convencer da nossa grandeza hipotética.
Jacques Guimarães (Norte)

EXERCÍCIO IRRESISTÍVEL DE CIDADANIA HIPOTÉTICA I

I - Hipoteticamente, isto poderia ter sido publicado aqui. Ou vice versa, mas, em qualquer dos casos, incluindo sempre os comentários.
JG

3.10.06

SINAIS DOS TEMPOS II

"Pára de falar assim, pareces o Otelo de Guimarães."
Ouvida há instantes na Rua do Colégio Militar, Guimarães.
JG (o ouvidor)